Diversas fabricantes estão paralisando a produção de automóveis ao redor do mundo, por causa do coronavírus. Na maioria dos casos, a medida está relacionada à falta de componentes
Diversas fabricantes estão paralisando a produção de automóveis ao redor do mundo, por causa do coronavírus. Na maioria dos casos, a medida está relacionada à falta de componentes. Porém, a escassez de insumos é apenas uma das causas. Para evitar contaminação de funcionários, várias marcas decidiram paralisar as linhas de montagem. A terceira razão é a baixa demanda.
A General Motors foi a primeira montadora no Brasil a anunciar fechamento temporário de suas cinco fábricas. De acordo com a informação oficial, a decisão foi tomada “com o objetivo de ajustar a produção à demanda do mercado”. A intenção é conceder férias coletivas aos empregados no Brasil a partir de 30 de março.
A decisão ocorre no mesmo momento em que a empresa lança a nova geração do SUV Tracker. O modelo foi apresentado ontem, em São Paulo, por streaming (de forma virtual) à imprensa, aos concessionários e funcionários. O objetivo foi evitar aglomeração de pessoas. Na transmissão, executivos da empresa afirmaram que o Tracker é o lançamento “mais importante do ano” para a marca.
A montadora tem cinco fábricas no Brasil, sendo três no Estado de São Paulo (São Caetano do Sul, São José dos Campos e Mogi das Cruzes), uma no Rio Grande do Sul (Gravataí) e uma em Santa Catarina (Joinville). No total, a multinacional emprega 20 mil pessoas.
Outra montadora que irá suspender operações momentaneamente por causa da pandemia é a Mercedes-Benz do Brasil. Ao contrário da General Motors, que não cita o coronavírus em seu comunicado, a Mercedes informou que as medidas adotadas são uma forma de prevenção ao covid-19.
Segundo o comunicado, a partir de quarta-feira que vem, dia 25, até a sexta, 27, os funcionários terão folga, a ser debitada do banco de horas. A partir da próxima segunda-feira, dia 30, a empresa entrará em férias coletivas de 20 dias. O retorno ao trabalho está previsto para 22 de abril, “dependendo da situação do País”, reforça a nota.
Afora as duas marcas que anunciaram paralisação no Brasil, diversas outras fabricantes espalhadas pelo mundo pararam ou pretendem parar.
A partir semana que vem, a Porsche vai suspender a produção por um período inicial de duas semanas. A intenção, segundo o comunicado, é “responder à significante aceleração no índice de contaminação causado pelo coronavírus”. A Porsche acrescenta que, “além da proteção à força de trabalho, gargalos nas cadeias de proteção globais não estão permitindo mais manter uma produção organizada”. Além disso, a Porsche se prepara para um declínio na demanda.
A fábrica principal, em Zuffenhausen, e a instalação de produção em Leipzig serão fechadas a partir de sábado, dia 21.
A General Motors e a Ford devem parar todas as fábricas que mantêm nos Estados Unidos, Canadá e México. A paralisação deverá durar “pelo menos” até o dia 30 de março. A FCA (Fiat Chrysler Automobiles) deve reduzir as operações lentamente até o fim do mês.
A Honda dos EUA anunciou que irá parar por seis dias, enquanto a Toyota informou que deve paralisar operações por dois dias nos EUA, na semana que vem. A montadora decidiu fechar todas as fábricas que mantém na Europa.
A Hyundai fechou a fábrica localizada no estado do Alabama ontem (18), após a constatação de que um funcionário foi diagnosticado com coronavírus.
Na Europa, Ford, Volkswagen, Renault, PSA e BMW anunciaram que irão suspender a produção. A marca alemã paralisou as linhas de montagem também na África do Sul até o dia 19 de abril, em resposta à baixa demanda do mercado e também com o objetivo de reduzir os riscos de espalhar o coronavírus. A Mini e a Rolls-Royce, que pertencem ao grupo BMW, também paralisaram a produção nas fábricas alemãs.
Na Itália, todas as fábricas da FCA, além de Ferrari e Lamborghini, estão paradas.