Você decidiu navegar em águas rasas com seus familiares ou amigos para conhecer novos lugares e aproveitar para pescar, mas está receoso por fazer um trajeto em um local raso? Pois saiba que não é o único! Muitos donos de embarcação, assim como pessoas que alugam barcos, costumam ter dúvidas sobre esse tipo de ambiente.
E isso não é à toa, já que há inúmeros relatos de embarcações que sofrem diversos tipos de acidentes, tanto por conta do despreparo e da falta de conhecimento de quem as conduz quanto por causa da inadequação delas ao local em que se encontram.
Por essa razão, no texto de hoje, vamos falar sobre os perigos de realizar passeios ou atividades em regiões com baixo nível de água, o porquê de eles existirem e, é claro, como evitar que esses problemas se tornem uma realidade capaz de causar prejuízos ao seu bolso. Continue a leitura e confira!
Como é de se imaginar, a inexistência de um nível adequado de profundidade é o principal motivo que torna a navegação em um local raso algo perigoso. Afinal, além de aumentar as chances da embarcação tocar o fundo do rio, do lago ou do riacho, esse aspecto afeta a capacidade dela de realizar manobras e de alcançar uma maior velocidade, além de torná-la mais resistente na locomoção em curvas e na partida.
Dessa forma, as chances de encalhar, de colidir com algum obstáculo no fundo do leito ou de alguma parte do barco quebrar ou ser danificada (como é o caso do casco, da quilha ou do motor) são relativamente altas. Portanto, isso pode causar não apenas gastos com o conserto e o reparo do barco, mas também uma série de transtornos que podem estragar o seu passeio e o momento de relaxar e sair da rotina.
Como explicado no tópico anterior, uma embarcação pode enfrentar dificuldades para navegar em regiões de águas rasas devido à profundidade, em especial quando, além dessa característica, a área ainda conta com canais estreitos.
Essa diferença em relação às águas profundas é capaz de afetar diretamente o ecossistema local, já que a presença de um ou mais barcos em um espaço raso provoca um efeito de movimentação e de aspiração do leito (e o que se encontra nele).
Ou seja, bancos de areias são criados e desfeitos, detritos de todo tipo são trazidos à tona — desde pequenas pedras até restos de vegetação e de animais em fase de decomposição — e a fauna e a flora têm o seu habitat modificado, dificultando, assim, a continuidade da existência de diversas espécies nesse ambiente.
Para finalizar, reunimos alguns cuidados necessários para evitar danos à embarcação — que podem resultar na perda parcial ou total dela ou, ainda pior, em riscos à sua vida e a de seus tripulantes.
Informação é a chave para uma navegação tranquila e sem imprevistos. Por isso, nada de se arriscar a conduzir uma embarcação em uma região desconhecida. Ao contrário, antes de decidir embarcar, busque, em marinas próximas e com outros pilotos que costumam frequentá-la, o máximo de dados possíveis sobre a área.
Nesse momento, a internet também pode ser uma grande aliada, principalmente quando você quiser checar cartas e publicações náuticas que estão em constante atualização pela Marinha do Brasil.
Alguns aplicativos para smartphone (Boating, Fishing Points, Marine Navigator Lite, Navegação GPS Polaris etc.) disponibilizam, inclusive, não apenas esses gráficos, como também notas e informes sobre pontos de pesca, localização em tempo real e outras diversas funcionalidades.
Você pode, por exemplo, pesquisar se essas águas rasas funcionam como uma reserva ambiental — para não causar os danos ecológicos já mencionados —, qual o nível de profundidade do rio/lago/riacho, se ocorrem muitas marolas, quais os limites de velocidade, quais as previsões climáticas por estação e se há presença de diferentes obstáculos (lama, rochas, galhos, troncos etc.) que dificultem os trajetos.
Além de se informar sobre a região, é essencial que você escolha uma embarcação adequada para navegar em águas rasas. Na prática, isso significa que ela deve ser do tipo chata ou semichata, que são mais estáveis e espaçosas para acomodar tanto tripulantes quanto equipamentos. A primeira é mais indicada para locais com pouca ou nenhuma agitação e a segunda, para aqueles com mais marolas.
Outro ponto importante é que ela não pode ter uma quilha longa e profunda, visto que não há profundidade nesses locais — o que aumenta as chances de encalhamento.
Um último aspecto ao qual você deve estar atento diz respeito ao tipo de motor náutico que deve ser de popa. Isso porque, fora o fato de se adaptar melhor a esses dois modelos de barcos mencionados — já que é instalado externamente —, ele pode ser facilmente levantado. Dessa forma, evita-se uma possível colisão com algum obstáculo que possa danificá-lo.
Procure sempre navegar em águas rasas com a velocidade reduzida. Esse é um cuidado básico e que garante a sua segurança e a integridade do seu barco. Com isso, você é capaz de prestar mais atenção à água e notar qualquer mudança em sua tonalidade indicando que a área está mais funda ou ainda mais rasa.
Sem mencionar que, assim, você também consegue notar a presença de animais ao seu redor (como peixes, cobras e jacarés) e elementos dentro da água (como plantas e barragens) que possam causar colisões ou acidentes graves ao ir de encontro ao casco ou ao motor da embarcação ou sofrer com a sua passagem pelo local.
Agora que você já sabe sobre os perigos de navegar em águas rasas e como se prevenir adequadamente para evitá-los, não deixe de adotar os cuidados que indicamos. Dessa forma, você evita prejuízos e garante que seus passeios sejam seguros e prazerosos.
Aproveite, assine nossa newsletter e receba outras dicas sobre o universo da navegação diretamente no seu e-mail!
Fonte : socialboats