A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) divulgou hoje os números do fechamento de 2019, terceiro ano consecutivo de recuperação nos volumes de vendas e produção. O ano fechou com recorde de licenciamentos de autoveículos no último mês (262,6 mil unidades), melhor resultado mensal desde os 370 mil de dezembro de 2014. Com essa forte reação no segundo semestre, o Brasil fechou o ano com 2,57 milhões de autoveículos licenciados, o que deve levar o país a saltar da 8ª para a 6ª posição no ranking global, superando França e Reino Unido.
Os números de fechamento dos outros países ainda são provisórios, mas a Anfavea estima que o Brasil só ficará atrás de mercados como China, EUA, Japão, Alemanha e Índia. No início da última década, o país chegou a ocupar o posto de quarto maior mercado global de veículos.
O licenciamento de autoveículos em 2019 registrou aumento de 8,6% em relação a 2018. Com isso, o mercado interno foi o grande responsável pelo crescimento de 2,3% na produção acumulada do ano, apesar da baixa de 31,9% nas exportações provocada pela
aguda crise argentina. “Devemos comemorar esses números, que mostram uma consistente recuperação do setor pelo terceiro ano consecutivo”, afirmou Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea.
O segmento de caminhões foi o principal destaque positivo, com alta de 33,2% nos emplacamentos e de 7,5% na produção. Os ônibus também apresentaram forte recuperação – crescimento de 38,8%. Já o setor de máquinas agrícolas e rodoviárias teve
recuo de 8,4% nas vendas e de 19,1% na produção, com alta de 1,5% nas exportações.
A Anfavea também apresentou suas estimativas para o setor neste ano. A entidade prevê aumento de 9,4% no licenciamento de autoveículos, índice maior que o de 2019, e mais relevante ainda dada a maior base de comparação do ano anterior. “Todos os indicadores da economia brasileira apontam para um ano de recuperação mais robusta: alta de 2,5% no PIB em 2020, inflação controlada, emprego em leve recuperação, juros mais baixos e maior confiança do consumidor”, justifica Luiz Carlos Moraes.
Com esse aquecimento do mercado interno, a indústria automobilística espera produzir 7,3% mais veículos que em 2019, mesmo com uma retração nas exportações estimada em 11%. Para o setor de máquinas, a Anfavea projeta crescimento de 5,4% na produção e de
2,9% nas vendas.
“São números mais animadores que os do ano passado, mas ainda insuficientes para que retomemos os picos de vendas e produção verificados um pouco antes da grave crise de
2014 a 2016. O Brasil está no sentido correto das reformas estruturais e do saneamento da máquina pública, mas precisa ser ainda mais ambicioso no sentido de avançar nas reformas e privatizações, e sobretudo no ataque ao Custo Brasil. Só teremos uma recuperação duradoura quando o país eliminar os gargalos tributários, logísticos e burocráticos que prejudicam toda a indústria”, concluiu o presidente da Anfavea.
Fonte : autobuzz